quinta-feira, 28 de março de 2013

A fortuna dos críticos - André Monteiro


A crueldade de Anderson Pires


Bastaria dizer que Anderson Pires é um trovador cruel.

Bastaria dizer que crueldade é cantar palavras sem rodeios.

Bastaria dizer que palavras sem rodeios nos presenteiam com os mais puros e amorosos venenos de suas possíveis e impossíveis amplitudes elétricas.

Bastaria dizer que palavras sem rodeios são justamente aquelas que rodam o sangue e nos fazem saber, sem nunca saber ao certo, onde se perdem e se encontram a miséria de toda moral, a entrega amorosa ao desconhecido, a fugacidade da rua, a (in)segurança de uma biblioteca básica, a paranóia corrosiva dos fascismos cotidianos, a distante e fria ironia, o afeto e o egoísmo, o crime e o castigo, a engenharia de uma vida confusa, a homenagem desconfiada a inimigos entre amigos, e vícios-versos.

Bastaria dizer que Anderson Pires parece saber: a boa reputação de malditos versos livres não se livra facilmente da glória e da herança de sua bendita e má repetição.

Bastaria dizer que Anderson Pires, com toda a legião de seus demônios elétricos, assume a grandeza de se fazer política para além do alcance confortável de um deus e um diabo (política entre, não sobre, parentes e serpentes).

Bastaria dizer que, diante de Trovadores Elétricos, não seria preciso dizer nada e, no entanto, somos tentados a dizer alguma coisa, porque cruéis trovadores elétricos nunca aprendem a arte de nos deixar a língua em paz..


André Monteiro
(Anti)Poeta

sexta-feira, 15 de março de 2013

VIPS

Livraria A Terceira Margem, por volta das 10h


Fotos: Diva.




Máfia: Tiago Rattes de Andrade, André Capilé, Eu, Heitor Magaldi, Otávio Campos, Danilo Lovisi, Salvatti e Marcélia, Rosi de mão na cintura. 


Núcleo de criação: Luiz Fernando Priamo confere o resultado final do seu trabalho, enquanto Pedro Paiva pensa em beber um café.



Labirínticos: Eu e a poeta Carolina Barreto


Momento (não em)prestobarba: André Capilé e Fernando Fiorese



Cerâmicos: Eu e a poeta Maria Diva Boechat.



Galera da pesada: Tiago Rattes, Pedro Bustamantes, André Capilé e Pedro Paiva tomando café da manhã. 

Fotos : Juliana Magalid


Tá rolando um burburinho



Formando leitores: Janaína e Ágata


Zoando o autor: A poeta Anelise Freitas, Laura Assis (minha editora), Danilo e Otávio 


Papo cabeça: O "professoro" Luiz Fernando Carvalho e Eu, Laura vazando


The poet is alone


Próximas Postagens:
- a resenha de André Monteiro
- a resenha de André Capilé


sexta-feira, 8 de março de 2013

Diário de um livro


Juiz de Fora, 22:22h


Amanhã será o lançamento público de "Trovadores elétricos".
Há uma estilística poética em "Trovadores" baseada na presença da imperfeição, um estilo "ramônico", marcado por um desvio da pontuação poética quando inicio cada verso em maiúscula (toda primeira palavra é grande), uma curva na "escola e.e. cummings", que ensinou escrever todas as palavras em minúscula, porque nada é importante, nem deus ou diabo.
Mas um livro não se compõe sozinho, um bom diagramador pode salvar como um montador salva um filme. Digo isso porque devo muito à arte de Luiz Fernando Priamo, que não só diagramou como também sugeriu mudanças na estrutura do livro. O poema invertido na página 35 foi ideia dele.
É isso.