Sair de casa
já é se aventurar
Digamos que você esteja parado na beira
da estrada. Ou andando pelas estantes de uma livraria. Digamos que um carro
qualquer passe e te ofereça carona. Ou que você escolha ao acaso pegar um livro
qualquer dessas estantes. Você abre a porta do carro e entra. Você abre o livro
e começa a ler. Você não sabe quem é o motorista. Você não conhece o autor.
Você não sabe para onde esse carro está indo. Você não tem ideia de para onde
esse livro vai te levar.
Sua mãe nunca te disse que é perigoso
pegar carona? Claro que sim. Torquato Neto não te avisou que o poeta está
sempre a perigo? Também. E mesmo assim existem caronas e poetas, existe você
abrindo esse livro, existimos nós e os Trovadores
elétricos, brincando com risco e levando “a coisa até o fim”.
Mesmo se você nunca tiver ido a Angra
dos Reis, é de lá que você vai partir. Vai vislumbrar Juiz de Fora e descer a
Rua Halfeld mesmo sem nunca ter estado lá. Vai frequentar aulas e brigar com a
teoria que se distancia da vida. Vai se entediar em festas com um copo vazio
nas mãos. Vai viver como um verso instantâneo além da noite iluminada. Tudo
isso com uma rima na cabeça e ideias arriscadas nas mãos.
Você desce do carro. Você fecha o
livro. Você conta a alguém sobre a viagem. Você escreve uma resenha. Você não se
lembra dos detalhes do caminho, mas isso já não importa.
Ý
Trovadores elétricos ou Transformador de energia
Trovadores
elétricos é um narrador de cenas. As cenas são curtas, quiçá grossas.
Sempre numa sintonia fina de amplitude modulada. Sempre numa frequência
alucinada que faz a mente flanar fora do spleen. A superfície é áspera e a
matéria é bruta. É na flor da pele que se roça a pólvora pra queimar a retina e
fixar a cena.
A cena nunca é grave. Todos os
boçais e imbecis foram contemplados sem condescendência. Todos os polidos e
perspicazes foram poupados sem cerimônia. O lugar ao sol não deixa margem pra
sombra. O possível significa a morte do limite. Uma surpresa acolhedora e tensa
nos diverte a contragolpe – nunca a contragosto. Com poder e com foder, em
linha reta, com mão dupla, ou com a única mão que vai e vem, o polímero se
esgueira e ricocheteia sem tocar a sola dos sapatos ou a papila gustativa.
O caimento da língua martela a
gota de saliva e nunca mata a sede. O céu da boca é revisitado a cada verso e
nunca redime os pecados capitais. A garganta engole a convulsão e puxa o
gatilho do grito atravessado. Sai música. Sai clipe de música. Sai cena de
clipe de música. Sai fumaça de gelo seco e sopro de dragão. A dialética do
poeta é um fotograma em mosaico segurado com esmegma e recolorido com resina de
tabaco. Todos os humores corrosivos são repugnados sem sublimação.
No fotograma cabem todos os
infames quem voam, andam ou rastejam e que foram rejeitados pelo lirismo de
roda presa. Trovadores elétricos
desce o morro acelerado sem pena de quebrar mola ou de beijar parede. Bate de
cara no muro das lamentações pra escarnecer do bolerão mal passado que
embrulhou o estômago de quem chora a falta de uma cena. Onde quase todo mundo
vê nada, ele nada de braçada e mostra a cena escancarada bem debaixo do nariz.
Nas lixeiras do lirismo tem sempre um bom naco de qualquer coisa pra distrair o
paladar e vencer a fome. Ele usa o lixo debaixo do tapete pra fazer um tapete
voador carregado de ogivas prontas pra explodir Manhattan.
Trovadores
elétricos é um transformador. Ele transforma corrente elétrica em
frequência poética; faz da potência um lugar saturado; usa a língua como açoite
de palato; ilumina o breu das passagens subterrâneas que flutuam na nossa
frente e tira do naco de qualquer coisa um bom gosto de banquete. Tá servido?
Saravá!
Julio Satyro
Poeta petrônico
N
Rock and roll não se dança, baby!
T
|
rovadores
Elétricos é um título autoexplicativo. A quarta publicação do selo Aquela Editora é a aposta de Anderson
Pires da Silva em um livro que valsa. Mas se a dança, com influência de rock and roll, vai bem, é porque o
ensaio foi bem conduzido.
Seu autor ganha pique
conforme o livro corre, para o bem e para o mau. Tenta devolver ao mundo com a
mesma intensidade que esse se apresenta. Anderson Pires é um romântico, como
vários de sua geração [aqui no sentido daqueles que contemplaram a mesma época
de nascimento]. Quando o poeta toma pra si que não segue métricas ou qualquer
outra burocracia poética [como em Soneto
Livre ou Ao encontro da poesia]
não quer dizer que as renega, simplesmente, mas que escreve com a mesma
liberdade que uma árvore desprega suas sementes.
O trovador, um homem
que, normalmente, cantava canções com seu alaúde; o trovador elétrico, Anderson
Pires, que entoa canções plugadas. O livro é pilhado. Seu autor também. A
poesia de Pires é um show de rock: narcótica, vocalista ligeiro e groups eufóricas. A poesia é seu refúgio,
no qual brinca de menino espoleta: mexe com alguém e se esconde; apedreja, mas
olha para o lado.
A literatura é, muitas
vezes, um mundo de elogios psicografados. Todos querem ser lidos, mas não se
pode falar sobre o que foi lido. O texto é um altar, o autor santo. Eu não
tenho rebanhos. O poeta espera elogios, a poesia não. Trovadores Elétricos é um livro que acontece.
Anelise Freitas
Poeta musa.
N
De Marmelos a Trovadores elétricos, a cidade se ilumina
Trovadores
elétricos
incita uma leitura em alta voltagem, poesia dionisiacamente noturna, mas iluminada
e ruidosa como a metrópole, cada poste o holofote para uma cena eminentemente urbana:
amores, sexo, conflitos, política, violência, álcool, cigarros, poesia.
Poesia plugada, distorcida como uma boa guitarra rock ’n’ roll no último volume, dedilhando
cada verso num riff alucinado, já que
“as portas da percepção estão abertas/ [e] nossa vida é movimento”.
Poesia que “não se escreve/ [mas] se vive como corpo/
solto”, “sem eira, nem beira, nem prumo”, guiada pela pequena tsunami de versos
libertários imersos no ecossistema da cidade.
A corrente que entretece seus poemas nos leva a becos,
bares, ruas, salas e quartos, na pura razão da tensão sobre a resistência que
forma a corda bamba sobre a qual leitores e eu lírico se equilibram
cotidianamente: para Anderson Pires, mais do que perigoso, viver é venenoso,
afinal, “serpentes sem veneno/ não há aqui/ e muito menos no paraíso”.
Fred
Spada
Poeta
arqueólogo do olhar
Ao
ler “Trovadores Elétricos”, um instante imediato nos leva a dizer que Anderson
Pires dialoga com os beats, com os marginais,
com os cânones da poesia brasileira e, sobretudo com um lirismo rock’n roll
típico de quem entende a poesia como ritmo.
Poderíamos
dizer que ele, portanto, se aproxima de outros poetas “jovens” em voga na
atualidade. Daí me sinto instigado a pensar o que difere o poeta em questão – e
sua obra - dos demais, em sua maioria.
O
que difere um poeta cheio de “influências” e “referências” de um bom poeta?
Talvez seja simples o exercício: retire da sua obra as tais “influências” e
“referências” e veja o que sobra. Se nada sobra, não temos um bom poeta. Do
contrário, temos assunto.
Anderson,
como bom leitor e estudioso, traz consigo uma bagagem de ferramentas poéticas
que o permite operar de forma tranqüila e sagaz seus poemas. Daí a relação
crítica e sólida com suas referências. A “cor local” da “festa-rock” e do
universo acadêmico em sua dualidade “rebeldia-conservação” onde Anderson se
forja como poeta (sou um homem
inteligente, sem preconceitos, com um copo seco na mão).
A
alternância entre o olhar introspectivo (melhor
viver fora do alcance de Deus e do Diabo) e a reflexão mais complexa que
extrapola a janela do poeta (com
poesia/cuspimos fogo sobre São João Del Rei) ganha firmeza na visão crítica
e eu diria quase cínica – sem aceitar de forma passiva o elemento pejorativo da
palavra (um poema é composto para ser
decomposto/é uma fórmula, uma solução, uma política).
“Trovadores”
é um livro que mostra a que veio e explica por que era tão esperado. Congrega o
tal feeling em seu sentido mais sério
e fornece ao leitor uma obra consciente.
Por outro lado a dualidade “poesia-rebelde” x “poesia-projeto” torna-se
mais palatável em um primeiro momento para aqueles que já conhecem o autor há
mais tempo. Mas isso é um outro papo e pode ser apenas uma nota que dê conta da
ambição deste interlocutor sobre a obra de um poeta-amigo.
Usando
uma metáfora pobre, mas de qual já fui vítima em outros campos que não a
poesia, diria que Anderson em “Trovadores” constitui um canhão poderoso pronto
para disparar. O alvo é merecedor de tamanho arsenal. O desafio que se impõe
naturalmente é que assim continue e nunca use o canhão para atirar em moscas.
Não
há materialidade de linguagem sem ambição e ousadia. Isso está mais do que
provado em “Trovadores” (o crítico
profissional é uma perpétua conversação entre Pascal e Montaigne). Sendo
assim, o livro vitorioso a meu ver, ressuscita a questão de Heloisa Buarque de
Holanda há quase 40 anos e que retorna como fantasma:
Entretanto, a aparente facilidade
de se fazer poesia hoje pode levar a
sérios equívocos. Parte significativa da chamada produção marginal já mostra
aspectos de diluição e de modismo, onde a problematização séria do
cotidiano ou a mescla de estilos perde
sua força de elemento transformador e formativo, constituindo-se em mero
registro subjetivo sem maior valor simbólico e, portanto, poético.(Apresentação do livro 26 poetas hoje, 1975)
“Trovadores”
merece e deve ser lido. Em tempos de “facilidade de se fazer poesia” nos brinda
com um horizonte bem interessante.
Tiago Rattes de Andrade
Poeta. Suburbano.
N
Breves notas para Trovadores Elétricos
I
No papel,
embora pessoa, a ficha dupla da identidade varia. O temperamento do verso,
embora reconhecível de imediato, interessa menos como personalidade, do que
como estilo – ou poÉTICA. Descolar, do poema [do livro], o som fácil do civil
biografema – unidade mínima, e redutora, da força de execução do texto – não é
só mais rentável: é menos preguiçoso. No mais, seria um dispositivo desbotador;
melhor, um entrave na percepção da passagem do cacoete para a dicção. Daí,
qualquer comentário sobre o Anderson Pires da Silva, correr o risco de recair
em um trobar plan/um trobar plat, ou seja: trovar plano,
simples e chato. Começo por descumprir o ritual das razos.
II
Sondar o som
de Anderson. Não me alargo, muito. Há uma genealogia, óbvia, que circula e espectra
o livro que ora aparece – em tempo, mas já quase passando da hora [precisávamos
dele antes!]. Genealogia, sim, de trovadores já eletrificados: Maiakovski,
Dylan Thomas, Allen Ginsberg, Chacal – o último, ora pois, com sua Letra Elétrika [a fala mais cabralina de
Ricardo, penso]. O interesse pelo trovadoresco em plena era tecnológica se dá,
“precisamente, [na] tecnologia poética, [no] trabalho de estruturação e de
ajuste das peças do poema, em termos de artesanato, é evidente, mas que
assinalam um dos mais altos momentos da poesia no sentido da apropriação do
instrumento verbal e de sua adequação ao dizer poético”. Augusto de Campos dixit, vide o Verso, Reverso, Controverso.
Contemporaneamente,
cabido dizer, está na cena do texto poético a disposição do corpo, e da voz,
cumprindo o lugar privilegiado da execução do poema. Performance como atuação e
desempenho – do poeta e da escritura. A Coperifa, de Sérgio Vaz, entendeu tudo.
O CEP, 20000 anos antes, também. O ECO talvez se emende e entenda. Anderson
consegue, na maior parte do tempo, cumprir tal propósito – no corpo da voz, na
timbragem da escrita – em e com seu[s] Trovadores
Elétricos.
Agora passo
em análise, não muito detida, por um poema. Mostro o bastante. O resto é com
quem leia.
III
O poema é sistema de conhecimento
Verdade fingimento
Um verso, às vezes, um sorriso
Ilumina pelo avesso
Um poema também é fúria individualista
Já leu Artaud?
Uma rima é uma ideia
Ritmo e palavras perfeitas
A poesia pode ser um caminho nobre
E todos os caminhos levam à Glória
Um poema é composto para ser decomposto
É uma fórmula, uma solução, uma política.
Observe-se o poema. Na superfície, o texto comparece
montado na mais tradicional concepção do verso livre: lineação sem medida
definida, sem a brusca alternância – ou radicalidade – do enjambement,
cumprindo a parada da sentença no final. Mera aparência.
O leitor atento pode captar na ação microscópica da
análise, ou na contraparte ativa da oralização, que todo ele é coalhado pela
prevalência das modulações ternárias (seja a do anapesto ou do dactilo). Ao
atuar dinâmicas do corpo, na vocalização do poema, é possível deslumbrar
nuances e disfarces rítmicos não percebidos a olho nu. Por exemplo, as
componentes binárias que, passo a passo, fazem o andamento discursivo cambiar a
meio pé entre dança e ideia.
De modo geral vê-se a ocorrência, consequente, de um
número maior de versos compostos dentro de metros “aceitáveis”; três deles –
pasme tu, leitor – dodecassílabos, sendo dois perfeitíssimos alexandrinos, com
acento na 6ª e 12ª sílabas [poéticas, claro]. De todo o poema, somente dois
versos são mais “selvagens” na medida. Afinal, “[um] poema também é fúria
individualista” – linha quase impossível na escansão, dada a irritabilidade das
tônicas agrupadas na posição medial do verso – nervoso e crítico. Contudo, a
estrofe que justifica o jogo dos ritmos – entre dança e pensamento – aqui se
apresenta:
/ -
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Uma rima é uma ideia
1 3
5 7
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- / -
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Ritmo e palavras perfeitas
1
4 7
Perceba-se a ironia, medida, dos versos em redondilhas
maiores – sendo um deles montado num perfeito ritmo trocaico, e o segundo no
chamado dançante do dactilo – que conjugam o termo propositivo [rima = ideia],
ao termo de execução [ritmo e palavra], entre binário e ternário. Dentro da
perfeição montada no cavalo do metro, nota-se a causticidade da voluntária rima
falsa entre “ideia/perfeitas”; que se, na timbragem, podem
fazer duvidar o ouvido, são avançadas na estrofe seguinte entre as rimas
incompletas de “nobre/Glória”.
Seguem-se os versos, mantém-se o plano da ironia – ainda,
e sempre, assombrada na forma. O caráter condicional, e dubitativo, da linha:
“A poesia pode ser um caminho nobre”, em cujo termo da solenidade é garantido nas
camadas de assonâncias em [o] – que se proliferam por toda estrofe final; mais
a lentidão – ainda que no arrojado desarranjo – do dodecassílabo, cumprindo a
preparação para o alargamento cursivo da lineação no fecho do poema.
Se “[um] poema é composto para ser decomposto”, cumpre-se
aqui a proposta – minha e do próprio texto – que o verso final decompõe, nas
pausas de saída com cesura correta [quase castiça], a selvageria da meditação
na prática do poema, assim dito: “É uma fórmula, uma solução, uma política”.
Verso que combina, como fecho forte, toda uma dinâmica rítmica no entalhe da peça:
avançada em dactilos, mediada em um péon, equilibrado, novamente, no retorno do
dactilo. Todo o poema no limite entre música e concentração.
IV
Enquanto determinada prática de leitura, sobre os poemas
de Anderson Pires, é colocada no ramerrame do “rápido e rasteiro”, parto em
contracanto; visto não enxergar tanto dessa velocidade dita. De modo geral, o
que observo, são textos dados à meditação – sem nenhum sentido grave, velhusco.
Com efeito, são movimentos para o ethos – no sentido de caráter, de
formação, gerador ativo de força propositiva e política; e nada disso pode se
conformar a qualquer tipo de rasteirice.
Os poemas de
Anderson comparecem como gradações, instantes reflexos de estocadas com ponta
aguda, atravessando todo o livro com verves que fingem metalinguagem, mas
encarnam o drama – em seu sentido de ação – não da feitura do poema; mas como
dizer desse lugar indecidido da poesia, em fatura de cisão e crise, e que
precisa, sempre, ser decisivo.
O texto poético
faz-se da necessidade do pé na porta; melhor dito: em várias portas. Há,
de fato, um toque de maldito, de apache, no Trovadores Elétricos. Há malícia, sim. No entanto, mais há do
cenário de crise bem instalado que politiza – e põe boa guarda nessa tensão com
a pólis – o jogo do privado (lugar do
poeta) e do público (lugar da poesia).
Trabalhar na contramaré para pensar o aproveitamento,
quase sempre com brilho, dos temas/referências/língua encenados pelo poeta – na
constante briga entre a comunicação, não ocorrendo sem atrito, do texto poético
com o público – tem-se em Trovadores Elétricos um senso de colocação na
área, mas sem dribles de efeito, confeitados para mera provocação. Repito, com
o exemplo tomado, que Anderson, assim, faz a passagem do cacoete para a dicção.
Trovador, não do canto; mas da sentencial logopeia.
V
Após passar por
toda pólvora, por favor, compreenda: é um livro de amor.
André Capilé
Poeta rapace.
N
A crueldade de Anderson Pires
Bastaria dizer que Anderson Pires
é um trovador cruel.
Bastaria dizer que crueldade é
cantar palavras sem rodeios.
Bastaria dizer que palavras sem
rodeios nos presenteiam com os mais puros e amorosos venenos de suas possíveis
e impossíveis amplitudes elétricas.
Bastaria dizer que palavras sem
rodeios são justamente aquelas que rodam o sangue e nos fazem saber, sem nunca
saber ao certo, onde se perdem e se encontram a miséria de toda moral, a
entrega amorosa ao desconhecido, a fugacidade da rua, a (in)segurança de uma biblioteca
básica, a paranóia corrosiva dos fascismos cotidianos, a distante e fria ironia,
o afeto e o egoísmo, o crime e o castigo, a engenharia de uma vida confusa, a
homenagem desconfiada a inimigos entre amigos, e vícios-versos.
Bastaria dizer que Anderson Pires
parece saber: a boa reputação de malditos versos livres não se livra facilmente
da glória e da herança de sua bendita e má repetição.
Bastaria dizer que Anderson Pires,
com toda a legião de seus demônios elétricos, assume a grandeza de se fazer
política para além do alcance confortável de um deus e um diabo (política entre,
não sobre, parentes e serpentes).
André Monteiro
(Anti)Poeta
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