De Marmelos a
Trovadores elétricos, a cidade se ilumina
Trovadores
elétricos incita uma leitura em alta voltagem, poesia dionisiacamente
noturna, mas iluminada e ruidosa como a metrópole, cada poste o holofote para
uma cena eminentemente urbana: amores, sexo, conflitos, política, violência, álcool,
cigarros, poesia.
Poesia plugada, distorcida
como uma boa guitarra rock ’n’ roll
no último volume, dedilhando cada verso num riff
alucinado, já que “as portas da percepção estão abertas/ [e] nossa vida é movimento”.
Poesia que “não se escreve/
[mas] se vive como corpo/ solto”, “sem eira, nem beira, nem prumo”, guiada pela
pequena tsunami de versos libertários imersos no ecossistema da cidade.
A corrente que entretece
seus poemas nos leva a becos, bares, ruas, salas e quartos, na pura razão da
tensão sobre a resistência que forma a corda bamba sobre a qual leitores e eu
lírico se equilibram cotidianamente: para Anderson Pires, mais do que perigoso,
viver é venenoso, afinal, “serpentes sem veneno/ não há aqui/ e muito menos no
paraíso”.
Fred Spada
Poeta arqueólogo do olhar
A seguir: Anelise Freitas
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