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rovadores
Elétricos é um título autoexplicativo. A quarta publicação do selo Aquela Editora é a aposta de Anderson
Pires da Silva em um livro que valsa. Mas se a dança, com influência de rock and roll, vai bem, é porque o
ensaio foi bem conduzido.
Seu autor ganha pique
conforme o livro corre, para o bem e para o mau. Tenta devolver ao mundo com a
mesma intensidade que esse se apresenta. Anderson Pires é um romântico, como
vários de sua geração [aqui no sentido daqueles que contemplaram a mesma época
de nascimento]. Quando o poeta toma pra si que não segue métricas ou qualquer
outra burocracia poética [como em Soneto
Livre ou Ao encontro da poesia]
não quer dizer que as renega, simplesmente, mas que escreve com a mesma
liberdade que uma árvore desprega suas sementes.
O trovador, um homem
que, normalmente, cantava canções com seu alaúde; o trovador elétrico, Anderson
Pires, que entoa canções plugadas. O livro é pilhado. Seu autor também. A
poesia de Pires é um show de rock: narcótica, vocalista ligeiro e groups eufóricas. A poesia é seu refúgio,
no qual brinca de menino espoleta: mexe com alguém e se esconde; apedreja, mas
olha para o lado.
A literatura é, muitas
vezes, um mundo de elogios psicografados. Todos querem ser lidos, mas não se
pode falar sobre o que foi lido. O texto é um altar, o autor santo. Eu não
tenho rebanhos. O poeta espera elogios, a poesia não. Trovadores Elétricos é um livro que acontece.
Anelise Freitas
Poeta musa
A seguir: Júlio Satyro
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